segunda-feira, agosto 29, 2005

Loucura IX


(...) eu deveria ser mais sexóloga do que psiquiatra, acho mesmo, aliás acho que eu deveria se assim uma coisa que até me custa explicar, porque o mais próximo que existe, não me deixa, se quer pensar, aborda-lo, por isso ficamos por aqui.
É verdade que já me passou pela cabeça, vamos dizer que só me passou pela cabeça coisas com o Cão Guru, se olharem bem para ele vêm que o cão até é sexy e...!?
O melhor é estar calada, não vale a pena esforçar-me mais, a vida tem coisas magnificas, por isso o melhor, é estarmos atentas que elas logo aparecem, uma das coisas que eu mais digo aos meus pacientes, é que sejam pacientes, he he que logo tudo aparece, tudo se define, a vida é isso mesmo, uma grande indefinição até ao dia em que tudo se define. Nem imaginem o La Palisse diria melhor, o rei das concordância ou seria da redundância!? Pois não sei e não quero saber, ou seria porque as suas verdades eram demasiado evidentes, quem sabe, há quem saiba, eu sei, mas não vos digo. O que posso eu fazer? Gosto e pronto, gosto muito é verdade, gosto estupidamente, mas, mas, continuo sem perceber o porquê de ter aquele energúmeno ali na minha cama, mas esse, era um daqueles mistérios que nós, quem sabe nunca vamos saber, ou será que algum dia vou perceber, penso que não, e porque raio havia eu de tentar perceber, para ter de ir a algum colega meu, não me parece, que isso venha a acontecer, até pode, mas não creio.
Há ainda muitas coisas que estão fora do nosso alcance, mas não quer dizer que sejamos estúpidas, nem idiotas, nem ignorantes, porque nem tudo é perceptível a nossa massa cinzenta.
Agora entender o que se vai passar na cabeça do vasco na hora que abrir aquela carta, já é uma outra coisa, ai já entendo, já sei todo o mecanismo da coisa e até mesmo como aquela cabeça vai funcionar, aqui até que vai ser claro, sem querer ser ordinária até porque é um conceito meramente clinico, dizia eu já sei como as cabeça, sim cabeças vão funcionar.
Aquele Vasco, é como qualquer homem, as mulheres nas horas mais complicadas, desatam ou a chorar ou a comer, os homens desatam a nada, é o que lhes vier a cabeça, como vêem, a cabeça está sempre presente, nem que seja pela ausência dela, numas circunstâncias e a sua fraca utilização noutras.
Mas a verdade é que a hora cada vez se aproximava mais, tinha que pensar, numa forma de afastar o energúmeno aqui de casa durante uns 3 diazinhos, era mesmo o ideal, não é que eu não pudesse estar a vontade no consultório, mas com a casa livre a coisa podia melhorar muito mesmo. Agora vinha-me a memória o Pilitas, pois o Pilitas, vai querer apoiar o amigo, e se ninguém notar apoia-se também em mim, coisa, que eu não levo a mal, claro até agradeço. Quem um dia viesse a saber destas promiscuidades entre médico e paciente poderia pensar uma série de coisas, e até poder-me processar deontologicamente, mas a verdade, é que eu fazia aquilo porque eles eram meus amiguinhos, amigos mesmo, não lhes levava nada pelas consultas e eles não me levavam nada por me alegrarem a alma era como se fosse uma permuta, de conceitos de vida, eram mesmo uma vida levada da breca, e se eu gostava daquilo.
Mas a verdade e pensando friamente nos assuntos acho que o Vasco é capaz de estar tramado, receio por ele, acho que é capaz de se ir abaixo, ou talvez não, não sei como ele anda, se anda muito longe da realidade, que por vezes anda, a coisa até lhe pode passar ao lado, o que ai pode ser muito complicado, mas penso que vai reinar o bom senso, é para isso que aqui estou. Se a coisa estiver para o complicado, reuno-me em conclave sexual com o Pilitas, e está tramado, nem sabe onde se vai enfiar, ai isso garanto.
A verdade é que toda esta história me faz espécie, porque foi uma conversa muito superficial, e se é mentira, bom se é mentira a coisa ainda se complica mais, agora para outra direcções. Ora aqui está uma daquelas histórias que eu adoro, ai adoro, adoro, vou rir-me a brava, seja lá o que acontecer.

Apeteceu-me

"Pior que a indignação é mesmo a ausência infundada" Charles de la Folie

quinta-feira, agosto 25, 2005

Porquê “calamidade pública”? Mas porquê?!



Porquê “calamidade pública”? Mas porquê?!
Estou farto de ler jornais, ouvir noticias, ver telejornais, e realmente não consegui ver que nenhuma casa de um político, ou terreno tenha ardido. Não consegui descobrir nenhuma figura pública que tenha ficado sem nada, que o seu meio de subsistência tenha ficado no meio das labaredas.
Não me lembro mesmo que alguém das revistas cor-de-rosa tenha ficado sem o pouco, que tinha conseguido ao longo de uma vida de trabalho. Então porque há-de o estado de “calamidade pública” ser decretado em algumas zonas do país? Teria sido decretado, se na zona de São Bento, tivesse ocorrido um fogo, e devastada toda aquela zona, com a casa do primeiro-ministro incluída. Estou a imaginar os senhores deputados sem local de trabalho! Era o descalabro Nacional!!!
Penso mesmo que o país –, o país não, o Mundo – parava para decretar “calamidade pública”.
Outro assunto que não me parece que mereça contestação, tem a ver com os meios de combate a incêndios. Pelo que tenho visto, lido e ouvido, o nosso país tem os meios mais que suficiente e adequados para combater incêndios! Mas ai é “limpinho” e não suscita dúvidas. Não me lembro de nenhum incêndio de 2004 ainda estar aceso e duvido que quando chover que a coisa não acalme em 2005, e que os incêndios deste ano cheguem a 2006, o que quer dizer que afinal os meios são mais que suficientes, pelo menos para os apagar. Agora duvido é que haja meios para que a mata e a floresta portuguesa continue de pé. Penso que vai ser mais difícil, ai vai, vai... mas pelo menos e por enquanto não há notícias de que anda gente a usar os helicópteros para combater os incêndios, para fazerem passeios turísticos.



Apeteceu-me

"Não é só o quente que queima" Charles de La Folie

domingo, agosto 21, 2005

Ler a Vida


Nada de especial, nada mesmo….
O tempo está quente, a vida rola, os dias passam e a vontade?!
Ela era quente, por vezes absorvia o que de melhor há nas nossas entranhas, mas mesmo assim gostava de deixar a sua marca.
Estava ali, sentada naquele banco de jardim, olhava para o horizonte… a sua mente ia devorando, aqueles estímulos, aquelas provocações de fim de dia onde a terra se fundia com o céu, onde o infinito se mistura com o finito.
Ali estava, pernas cruzadas, mãos entrelaçadas sob o seu colo, o peito firme crescia e diminuía conforme respirava, mas era digno se ser visto nos suspiros.
Naquele dia, o horizonte estava negro, não aquele para onde olhava, mas o seu próprio horizonte.
Não sabia o que fazer, nem porque fazê-lo, por isso manteve a calma, levantou-se, agarrou no seu livro, era um livro de pequenas histórias, um bonito livro, a história que começou a ler, começava:
“Nada de especial, nada mesmo…”
Achou que não devia ler o fim e foi…

Apeteceu-me


"Nem sempre a vida pode ser uma história com final..."

Charles de la Folie

domingo, agosto 14, 2005

U-2 um enorme bombardeiro de sons


Hoje tem 27 anos, conheci-o era um rapaz (Boy) simples, aliás ele foi sempre um rapaz simples, ainda hoje a sua simplicidade de processos impressiona.
Foi no Mês de Outubro (October), estávamos na Irlanda, um Pais sempre em ebulição, onde homens como Michel Collins, lutaram até a exaustão, com honra, por um pais livre e sem o jugo, sem o domínio, dos Ingleses.
Ali naqueles vales verdejantes, ouve guerra (WAR), grandes guerras, grandes lutas, Onde o exército de libertação da Irlanda explorou até à muito pouco tempo as fragilidades de um regime. As lutas em Belfalt foram feitas som um céu de sangue vermelho (Under a blood red sky), eram lutas por uma causa, como naquele domingo sangrento.
Foi um fogo inesquecível (The unforgettable fire), era um rapaz discreto, que queria viver e sonhar, as suas direcções eram diversas, um dia acordou na América (Wide awake in América), foi um dia inexplicavelmente fantastico, ver todos aqueles antigos companheiros, homens de lutas antigas, que foram a procura de uma família e de um sonho. Foi morar para um bairro lindo, onde comia todos os dias à beira da árvore de Joshua (The Joshua tree) aquela sombra fazia-o lembrar aqueles domingos na sua terra depois da missa, que tanto gostava. Eram dias magníficos, para trás ficava aquele som, aquele zumbido da matraca (Rattle and hum) fugia, deixava por completo os seus sonhos. Agora era preciso ter atenção ao bebé (Achtung baby), ainda estava nos domínios daquele programa de televisão (Zooropa) mas ele nunca iria autorizar que o pequeno fosse a vedeta principal, era apenas um menino que dançava ao som de música (Pop). Um dia havia de voltar á sua terra onde iria arranjar um milhão de dólares para comprar aquele hotel. (the million dollar hotel).
Aquele rapaz, conhecia o mundo tinha percorrido ao longo deste 27 anos, todas as paragens possíveis e imaginárias, até aprendeu a desarmar uma bomba atómica. (How To Dismantle An Atomic Bomb).



Madrid 2 vezes
San Sebastian
Paris
Londres 2 vezes
Lisboa
Sidney
Melbourne
Barcelona
Amsterdam

Apeteceu-me

"Os sons que nos fazem crescer, sobrevivem a Morte"
Charles de la Folie

sexta-feira, agosto 12, 2005

A ARDER


Sempre a Arder

Há coisas, pelas quais não meto as mãos no lume ou no fogo.
Há outras em que sou quase obrigado, (quase) se não obrigado mesmo, obrigado de obrigação e não de agradecimento.
Não é por acaso que no verão ando sempre com as mãos cheias de bolhas, de queimaduras dolorosas e horrorosas.
E uma coisa que posso garantir, é que não sou bombeiro, apesar de apagar imensos fogos, muitos mesmo… mas alguns até me dão gosto fazê-lo. As queimaduras também não têm a ver da exposição em demasia ao sol, até porque não sou de me queimar com o sol, já ouve tempos em que se a lua queimasse eu andava sempre moreno. Com o Sol ando moreno mas não é de estar quieto em imensos banhos de Sol cheio daqueles cremes que cheiram horrorosamente mal. Lembro-me de um que gostava, que era o “Bronzaline”, aquilo era pior que sei lá o quê, era castanho gorduroso quase sólido uma massa enorme de sei lá o quê, depois havia o nívea, que é como o “Melhoral”, não fazia bem nem mal. Tinham os seus cheiros, que chegavam e cheiravam na praia toda. A praia era dividida por cheiros e por bronzeadores, de um lados os “Bronzalines” do outro os “Níveas”.
A praia era porreira nessa altura, todos os anos encontrávamos os mesmas pessoas e os mesmos amigos, que ficavam sempre com a mesma barraca, o banheiro era um “gajo” porreiro com uma barriga que nem uma grávida, a bandeira sempre vermelha, porque o banheiro não sabia nadar ou estava sempre com a digestão por fazer.


Mas a grande verdade é que no Verão passo a vida com as mãos cheias de bolhas de queimaduras. É que é tramado virar Sardinhas no grelhador sem uma pessoa se queimar, tenho as pontas dos dedos todas queimadinhas, e o cérebro?! Nunca mais tenho ferias.

Apeteceu-me

"Porque será que o passado tem de estar sempre presente?!" Charles de la Folie

segunda-feira, agosto 08, 2005

O Natal está à Porta


Há dias e dias, uns mais que outros. Há outros assim - assim ou talvez não.
Agosto, belo tempo, belo mês, o mês de tantas coisas que não sei por onde começar, ou se devo começar.
È mês de Férias, de Saldos, de Emigrantes, de Festas da Santa terrinha e em todas as santas terrinhas, mês de Praia, de praias, de tantas e tantas coisas.
Talvez por ser um mês com tanta coisa boa, passe tão depressa, é um ápice enquanto passa, ainda não fui de férias e já parece que não as tenho, não admira que uma pessoa envelheça depressa, a uma velocidade estonteante.
O mês de Agosto passa depressa, os outros~, os outros meses também se vão num ápice. Passamos a vida a dizer nunca mais acaba a porra do mês, que é mês a mais para tão pouco ordenado.
Mas a vida sorri... essa é que é essa, será?

Apeteceu-me
"Nem sempre a busca de um provérbio dá um pregão" Charles de la Folie

quinta-feira, agosto 04, 2005

Está de Gesso








Hoje está de “gesso”


Afinal há água ou não?!
Pois a mim parece-me que há. Mas só para Espanhóis, porque para portugueses está de “gesso” como se costuma dizer. Grande Alqueva, obra do “ Cavaco” devia ser para extinguir os fogos do Diabo, (ou será o contrário?) porque para a Agricultura Portuguesa não serve para grande coisa, nem para grande... nem para pequena, nem mesmo para o “Ti” Jaquim levar o seu Jerico a acarretar uns baldes de água para regar os tomates.
Por falar em Cavaco: que grande salgalhada anda por ai. Estas presidenciais vão ser um mimo. Vou adorar. Ora vejamos: o Cavaco, está em estado de meditação familiar, mas faz-me lembrar as pilhas, aquelas, as do coelhinho que duram, duram…
Mais um tabu, do senhor dos alquevas.

Agora apareceu vindo sei lá de onde, o Soares, não o filho, o Original, a dizer que aos 81 anos está aqui para mais umas voltinhas a Portugal tal qual ciclista de fundo. O senhor das presidenciais que não se fecham e de outros marajás!

O Poeta Alegre, também já disse que se os portugueses quiserem, ele avança, avança em profunda poesia, como quem chama por ele.

Mas falam ainda do professor, aquele rapaz que fala, fala, fala e ao fim ao cabo… claro fala que se farta. Todos dizem que o rapaz é brilhante só deve estar à espera que o Tabu seja desvendado. É bem verdade que anda ai muita gente de venda nos olhos, mas enfim.

Já me esquecia de um está prestes a ir para o desemprego. A grande ambição era ser presidente, claro que Presidente da Republica. Já foi do Sporting, da Figueira, e de Lisboa... disseram-me que já lhe cortaram as pernas, ou será que foi um tiro no pé?!

Esquecia-me de um, pois é claro. Onde anda a minha cabeça?... Freitas! - Esse mesmo! -, Mas ainda é cedo, deve estar à espera do agreement do Bush, digo eu em Grego.

Mas estas Presidenciais devem ser as mais rápidas de sempre. “Cheira-me” que vão de lés a lés num ápice, agora com o TGV tão rápido, só mesmo o Concorde quando aterrar na Ota.

Psiu. Agora aqui que ninguém nos ouve, anda tudo louco. Agora (M.E.) até querem limitar condições para professores poderem dar explicações. Ora se nós já não somos brilhantes com explicações imagino sem...
Passo a explicar. Melhor: não passo. Desculpem-me: estou limitado.

Apeteceu-me

"Porque são sempre os outros os culpados, dos nossos erros?" Charles de la Folie

segunda-feira, agosto 01, 2005

ROCK em STOCK


Ele ai está, o mês mais esperado, mais… mais que tudo, o mês onde todos esperam descansar de todas as formas e maneiras e feitios. Procura-se a Praia o Campo, procura-se o subsídio de férias, enfim procura-se uma forma de descansar e estar descansado. É nesta altura que gosto de rodar o botão do rádio e ouvir as musicas que nos deixam felizes, bem dispostos, nos fazem “pregar pulos” e suspirar.
Há muitos, muitos anos tinha um ídolo, chamava-se e chama-se Luís Filipe Barros.
Lembro-me do tempo em que levava o rádio a pilhas para o Liceu com aqueles auriculares que mais parecem “sonotone, para poder ouvir o “Rock em Stock”.
O Rock e as Ondas Luisianas, fizeram parte do meu crescimento, talvez por isso cresci feliz. Lembro de percorrer as discotecas onde ele ia animar a malta para poder regatear um olá ou um segundo de conversa, poder dizer: - um dia quando for grande gostava de trabalhar na rádio, ou outros disparates do género, mas lembro-me perfeitamente como se fosse hoje, que nunca me voltou a cara, nem nunca me sacudiu.
Passaram muitos anos, o Luís, hoje é o Luís ainda claro, é o meu Tio é assim que lhe chamo todos os dias, aquela personagem simpática e bem disposta que todos gostamos de cumprimentar e de estar, sentimo-nos bem ao pé dele, não mudou nada… ainda bem, ainda bem que há gente assim, gente bem formada, com encanto e que nos dá vontade de ir trabalhar, para nos podermos divertir a trabalhar, sim o trabalho deve-nos divertir, se isso acontece é porque gostamos daquilo que fazemos.
Um “homem” como o Luís Filipe Barros podia viver daquilo que fez, daquilo que foi, do que percorreu, de quem conheceu de onde andou e com quem. Acho que ele conheceu personagens da música que pensamos ser impossível. Mas “ele” o Luís continua a trabalhar com o mesmo gosto de sempre, 20 anos depois, reeditou as “Ondas Luisianas” e que maravilha ele partilhar aquelas músicas connosco, que coisa deliciosa escutar aqueles sons que nos fazem voar. Só tenho pena das novas gerações serem tão desligadas, ou por outra serem tão ligadas ao seu umbigo, tenho mesmo pena. A ignorância por vezes assusta e pior que isso é não fazerem nada para o deixar de ser, não perguntarem quando não sabem mas a vida é assim anda para a frente e é tomada de assalto por quem não tem competência, pelos “amigos” e Homens como O Luís Filipe Barros, vão ficando para trás.
Mas a vida é feita assim, um dia esses “incompetentes” vão acordar e dizer eu trabalhei com o Luís…. Eu espero poder continuar a dizer ele é meu amigo.


Apeteceu-me

"A incompetência é uma outra forma perigosa de cobardia"

Charles de La Folie