
“Cada um é como cada qual” diz o povo e é bem verdade. Não é menos verdade que não temos tido governantes de quem nos orgulhar e isto para dizer o quê: - Para dizer que nós (eu incluído) temos muitas culpas no cartório em todos os sentidos, mas muito por culpa do nosso laxismo e egoísmo.
Há 3 anos atrás fiquei muito impressionado com uma notícia que li e com as imagens que vi, e fiquei a pensar como era possível isso acontecer e o que iria acontecer as pessoas. O que vi passou-se na Argentina, na terra de Carlos Gardel e de Jorge Luís Borges, de Diego Maradona ou de Evita Peron. O que aconteceu, as contas bancárias desapareceram, as pessoas ficaram sem dinheiro, de um dia para o outro chegaram ao Multibanco e não havia lá o “vil metal”.
Três anos depois, ainda não chegaram ao topo, mas estão a reerguer-se, a vida continua, as pessoas sorriem sabem que juntas vencem, por uma razão essencial, os governantes vão e vêem, mas a sua bandeira e a sua pátria ficam, é deles há que ter orgulho. Fazem da simpatia a bandeira de um povo que precisa de outros para se ir levantando e conseguem-no. Os mendigos, porque os há, escondem-se para os “estrangeiros” não os verem. Os Argentinos são contestatários por natureza, por isso não me espantou ver uma manifestação a meia-noite com muitos milhares de pessoas, assim como não me espantou ver o parlamento do município de Buenos Aires ser evadido ás duas da manhã. É por isso que os políticos respeitam os “Portenhos”.
Ora foi ai que descobri também como funciona o orgulho de ser Português, mesmo que esses 5 milhões saibam que estão vetados ao esquecimento por 10 milhões que por “opção” se encontram em Portugal. É verdade que nesta altura todos os políticos se lembram deles, porque aqui os seus votos contam a sério, é o voto pelo voto e não o método Dont das legislativas, aqui a comunidade portuguesa lá fora já é muito importante, ai e nas remessas (de dinheiro) que enviam para cá.

Também ai, na Argentina entendi que há uma outra forma de saudade. Quando alguém me respondeu a tradicional pergunta se tem saudades de Portugal. A resposta foi simples:
- "~Tenho saudades quando lá vou, da minha família que cá deixo, dos dois ou três mil portugueses que cá ficam, que são a minha família e com quem convivo e com quem conto, esse agora é o meu Portugal".
Apeteceu-me
"Somos o que somos e por nós respondemos". Charles de la Folie