domingo, fevereiro 26, 2006

(...) Intrepelação


(…) A loucura da vida, o tempo, tudo que a rodeia...o rodopiar da mente, a alma turva de tanto abanão.
A vida salta, de emoção em emoção. Ontem corria a verdade sobre nada, hoje sobre nada corre nas veias da sua insensatez.
Levantava a cabeça, o alcance da sua visão dá-lhe uma imagem demasiado ampla daquilo que quer ver, só algo lhe interessa. Não conseguia a sua perfeita focalização, isso adormecia-lhe a sua confiança. A palavra ali que se poderia utilizar, auto estima, falta-lhe a confiança exacta para poder abanar a sua espinha e sentir o arrepio fatal de quem está apaixonado. Os seus dedos percorriam o corpo a procura de um sentir diferente, mas era o toque de a muitos anos o mesmo tocar gasto de si própria. Sentia os calos do seu imaginário pouco imaginativo. O suspiro, o arfar de emoções que pouco ou nada saíam a não ser as habituais lamentações da sua ainda curta mas intensa vida. Uma vida cruel aos seu olhos, fiel no imaginário de quem a sente.

Lá fora, esperam famintos quem nem lobos desenfreados que a sua mente se abra a vida, que não se deixe de levar pelos mais inóspitos pensamentos recrutados em nada e por nada.
Cai uma lágrima diária, que consegue esvaziar a alma de um sentimento simples e cruel, mas que precisa de ar e de luz para que não se torne numa pedra pouco ou nada preciosa, que custa a carregar durante o resto de uma vida que pouco ou nada se sabe, mesmo que controlada.

Apeteceu-me

"Sempre que fugimos somos apanhados por nós próprios em contrapé" Charles la Folie

sábado, fevereiro 18, 2006

Será !? (estava com os copos quando escrevi isto)




O QUE ESTÃO A OUVIR FOI UM BRINDE DO BINO
Será? Pois não sei.
Sei sim que a minha mãe me ligou a dizer que era lindo. Que nunca tinha visto nada igual. E se ela ligou a dizer é porque é verdade. Talvez ela não se lembre mas tenho fotografias em Paris na Neve e são mais bonitas que estas. Deixa-lo!
A Neve, que percorreu grande parte do país, e que durante uns dias teve o condão de fazer com que grande parte dos portugueses falassem sobre o assunto.
Para além que também fez esquecer muitas outras coisas mesmo que durante algumas horas.
Nesta altura do campeonato a neve faz-me lembrar duas coisas:
O Português que a todo custo vai aos Jogos Olímpicos de Torino, e os anúncios dos chocolates “Kit Kat”. Acho que foi um dia inesquecível para alguém.
Aqui quando nevou na Costa, eu, estava na Garagem a desmanchar uma cadeira… de madeira. Já que nesse dia… frio, além do gaz, tinha-se me acabado a lenha. Não sou rapaz de muitas modas e desfiz o que desse para arder. É verdade que com este devaneio perdi… a neve…
Mas frio, muito frio tem andado o meu pensamento, não do Danny Silva, que nesta altura estará em Torino onde vai entrar nas provas de fundo de sky dos Jogos Olímpicos de Inverno, e onde vai representa Portugal e os Portugueses.

(ficou em 94º, mas foi lá teve esse mérito que que por muito nos custe deixa-nos a roer de inveja)É bonito termos um atleta português que nos representa, que se treina de uma forma surreal e de formas inenarráveis, mas é o seu sonho, chegar, representar e não nos deixar, a nós, “portugas” mal vistos. Estava a pensar se o Danny Silva não estaria mais interessado em representar Espanha, onde o Gaz da marca portuguesa (Galp) custa metade do que em Portugal, onde os combustíveis são muito mais baratos, onde ir as compras a supermercados compensa na ordem dos 30%... os cigarros são 1 € mais baratos. Será que a nossa PT vai entrar também numa fria? Por um lado so me apetece rir, mas quando me lembro do que deixo todos os meses nas finanças, e que pago de impostos todos os dias quando me levanto…só me apetece dizer….
Buenos dias…


Apeteceu-me


"Quanto mais nos lixam, mais nós nos acomodamos". Charles de la Folie

sábado, fevereiro 11, 2006

Sombreado

(…) Nada de extraordinário!
Percorria-lhe pelo corpo um corrupio de sensações que lhe avivavam a memória de dias já idos há muito tempo.
Eram dias sem demoras, muitas vezes conduzidos vagarosamente a procura de pequenos detalhes que faziam e fazem a diferença.
Sonhava muitas vezes com esses dias, que não eram mais que meses, que anos que passaram pela sua vida como balas barradas a mel que lhe atingia as vísceras da sua alma. Insignificante a passagem dos seus dias por este espaço que mais não são que pequenas, pequeníssimas peças que moldam no seu todo um enorme vazio.
Cai-se tantas vezes na esperança, que se esquece a existência. Como viver, dizer e procurar, aquilo que se sabe que pode ou não existir, que num ápice “nos” deixa nus de qualquer coisa.



Nesse dia perdeu-se, sem nunca pensar no desmoronamento da sua razão, começou lentamente a preencher os seus vazios, com pequenos medos. Começava a perceber o sentido de tudo o que viveu com uma enorme paixão.
Calma, com as mãos entrelaçadas em várias dúvidas, começava a transparecer em si, aquele brilho, o brilho de um corpo ofegante. Não eram duvidas, talvez sentimentos já muito gastos de tantos dias a deriva com um só entendimento. Foi uma vida mesmo assim sempre em fuga ao tédio e a monotonia, mesmo que aos olhos de quem não vê, nem sabe, assim o pareça.
Uma vida sem história, que por isso nunca irá sem contada, mas com um sentido de amor único que poderá ser trauteada na surdina de quem ama.
A sombra que percorre e se arrasta ao longo da vida, é essa a história que se posiciona conforme o brilho da vida que nos arrasta.

Apeteceu-me


“A sombra que nos persegue, perde-se para além da nossa existência” Charles de la Folie

sábado, fevereiro 04, 2006

Daqui e Dali

(no fim de meditar Bué, e digerir o que se passou).


Ufa, estava a ver que nunca mais se calavam, esta campanha para as presidenciais durou quase 10 anos.
A eleição do Professor Cavaco Silva não me surpreendeu, mas também não vou dizer que a votação em Manuel Alegre foi algo de transcendente, claro que não foi, só para os nossos analistas políticos, se o PS sempre foi um partido dividido e de divisões era mais que certo que isto acontecesse, a minha única duvida tem a ver com a máquina partidária que tanto se fala. Mas afinal que máquina é essa, a meu ver nenhuma quem tem dinheiro compra-a, quem não têm inventa-a, foi aquilo que o PSR a uns anos nos habituou, com slogans fantásticos, como aquele:
“Não lhes dês Cavaco” da autoria do Fernando Alves.



Mas estou-me a afastar do que realmente queria dizer ou escrever. Passados alguns dias sob estas eleições constatei 3 coisas:
A primeira é que estas eleições foram uma fraude, é que Cavaco silva teve 50,59 % dos votos e ninguém votou nele, cheguei a esta brilhante conclusão, eu acho que já me tinha apercebido disso noutros escrutínios, mas agora tirei a prova dos nove, tenho perguntado a vários amigos, colegas e outras pessoas que se cruzam comigo e cheguei a brilhante conclusão que ninguém votou no professor.
A outra é que os portugueses, andam não sei quantos dias a pensar em quem vão votar e depois, arrependem-se em quem votam, basta ver a contestação que anda por ai mesmo que em surdina, ao governo e que ganhou com maioria.
A terceira história é que as pessoas julgam que elegeram um governo, as conversas que ouvi por ai, vulgo conversas de café, quase todas iam parar ao salvador da pátria, que agora é que o país ia para a frente. Será que ninguém entendeu que os poderes do presidente da república são diferentes dos de um governo? Este pais a beira-mar plantado, não tem um regime presidencial, nunca explicaram isso ao povo português, ou será que o professor conseguiu dar a volta aos portugueses e deixar essa imagem de salvador?
É que eu o único salvador que conheço é o Salvador Dali.

Apeteceu-me

"A vida se for vista a partir de trás torna-nos insuportaveis". Charles de la Folie