sábado, janeiro 28, 2006

Crontraste




(…) Nem sempre há tempo para te procurar. Nos últimos dias a cabeça chegou ao limite da realidade, parece que a qualquer momento se vai transformar numa enorme ratoeira.


(…) Estava quieta muito quieta, há muitos anos que não se mexia. Era linda!
Aquele corpo parecia esculpido pelas mãos de Deus, a sua pele lisa, como o mármore.
Aquelas mãos, aqueles dedos, aquele olhar. O cabelo perfeito, tão perfeito que nem com a brisa que chegava de norte o desconcertava. Era o desnorte.
Um olhar repleto de magia, sentir aquele olhar de fascínio entrar e rasgar o teu corpo como lâminas afiadas, em parte incerta no inferno.
Por vezes a tentação de passar com a mão por aquele corpo era muita, mas seria trair-me e trair os princípios que já não sabia que tinha.
Era difícil balbuciar um som perto dela, quanto mais falar-lhe, então porquê tocar-lhe!? Talvez fossem esses alguns dos princípios que um dia pelos vistos teriam um fim. Acabavam, acabava, fugia da sensação de a olhar, de a venerar de um dia dizer o que sentia. Mas um dia, esse dia que fugia e nunca mais voltava parecia ser parecido com o ontem. Claro, cada vez que pensava no amanhã, perdia-o por me contornar e passar a ontem era difícil, este presente que fugia constantemente debaixo dos meus pés.
Mas… ali estava ela, sozinha, com aquele seu olhar impenetrável e distante, frio mesmo. Aquele por de perna que atravessou gerações, chegava todos os dias e todos os dias não ia a lugar algum.
Guardava-a só para mim, ali sentado naquele banco frio, onde lia o meu livro vezes sem conta, mesmo sabendo que dali não fugia, deitava o meu olhar por entre aquelas lentes já gastas de tanto sonhar.


Apeteceu-me


“O olhar frio por vezes faz-nos repetir vezes sem conta os mesmo erros” Charles de la Folie.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Coisas

(…) Dividia-se muitas vezes a procura de qualquer coisa que desconhecia. O objectivo parecia demasiado complicado, mas ele era uma pessoa muito simples, por isso talvez não fosse tão complexo como isso.

(…) Lá ao fundo, uma imensa mancha escura, longe muito longe de poder julgar que aquela mancha fosse o que fosse. Talvez uma imagem reflectida de um estado de espírito que muitas vezes segue o dia descontrolado.


(…) Seria por certo um espaço fantástico, a magistralidade daquelas árvores batidas a vento, pareciam dançar uma melodia perdida no espaço e no tempo. Eram arvores enormes descomplexadas da sua existência e da sua vizinhança, que acompanhavam os seus bailados com uma enorme paixão.


(…) O sentido da palavra dignidade, esbatia-se no seu desconhecido, era uma palavra que para ele tinha uma enorme importância. Mas em seu redor pouco ou nada valia tinha um sentido híbrido, e com pouco valor apreciativo.





(…) Aquela mancha muitas vezes expandia-se consoante a sua vontade ou não de se violentar intelectualmente. Percorria um caminho de dúvidas latentes onde a razão percorria enormes espirais como fuga aos seus problemas.


(…) As suas raízes percorriam o subsolo em todas direcções, era a forma mais fácil de se ancorar e de manter firme nos seus propósitos. A verdade muitas vezes era que a sua insegurança lhe transmitia a calma suficiente para se manter resistente e consistente.


(…) Percorria a imensa ilusão que um dia mesmo, sem se identificar que seria a alma de si próprio. Temia a angústia de se espreitar por debaixo daquela ambição falsa e redescobrir o vazio que a sua esperança libertava.



(…) O negro punia-lhe o desgosto de não conseguir lidar com a sua tremenda cobardia. O homem cobarde que se alimenta da sua valentia e que só pode degenerar num poder negro e sombrio.



(…) Era a terra de ninguém que era ocupada, servia também para anichar varias camadas de terra, ora fina ora grossa. Os balanços da sua cúpula, raramente chegavam cá abaixo onde a semente foi firme na sua evolução.


(…) Naquele dia sentado, naquele canto recôndito, onde ouvia as palavras que me chegavam vindas do meu pensamento. De mãos entrelaçadas sobre o meu colo, olhar fixo no vazio do horizonte. Descobri que a forma mais fácil de existir eras estar perto de mim e nunca fugir do que a vida me foi ensinando
Nesse mesmo dia deixei correr os dedos sobre o comando da televisão e fiquei-me por ai.



Apeteceu-me


"A Ignorância é um rumo ao céu, sem se saber que se cai por um enorme Abismo"
Charles de la Folie

domingo, janeiro 15, 2006

Ora aqui está o que é bom para a tosse

(Desculpem lá mas tive de mudar a musica ouçam bem lá esta pequena maravilha- Drugstore - El Presidente não é uma musica nova mas ouçam esta versão)

Mais um ano (esperei alguns dias só para ver como estava tudo)
Ele ai está… O novo ano. Com ele, parece que tudo de bom vem ai.
Durante um ano fazem-se as maiores atrocidades, barbaridades, cometem-se os maiores erros, e… pois e… e depois julgam que se chega a dia 31 de Dezembro na passagem para o dia 1 de Janeiro tudo se esquece, que começa tudo de novo.
Claro. Não sei o que passa na cabeça das pessoas, sejam elas o que forem – governantes, governados, patrões, assalariados.
Parece que parou tudo no tempo. Que se congelou com este frio e que acabou a crise. Que as famílias não estão endividadas, que não anda meio mundo com a corda ao pescoço.
Agora que está ai o novo ano, as pessoas estão outra vez desafogadas, sem dividas o nosso pais parece não estar em crise.
O que me parece é que continuam a atirar-nos areia para os olhos, agora com o Lisboa – Dakar é mais fácil aparecer areia para atirar vindas daqueles desertos, sim porque tem se esquecido da areia das nossas praias que poderiam ser uma enorme fonte de rendimento, mas… não deve haver ai ninguém com interesses nessa área, por enquanto.




Claro que em tempo de vacas gordas, como o outro ano já se foi e com ele tudo de mau foi atrás podemos continuar com os nossos projectos megalómanos.
Por acaso gostava de ter visto a mais alta cascata de fogo de artifício do Mundo, para poder gritar estamos em Portugal, isto é Portugal o nosso Governo é o maior dá-nos coisas maravilhosas, mas não vi porque a RTP estava de Greve, só não entendi porquê, não era suposto com o novo ano os problemas laborais terem terminado?
É verdade que deve ter sido muito bonito, se o de Sidney foi lindíssimo, o de Pequim fenomenal, o de Nova York magnifico, o do Rio de Janeiro genial, imagino que aquele tenha sido de outro planeta já que foi a maior cascata do Mundo.
Voltando a areia do deserto, também descobri que as asneiras dos nossos políticos também terminaram com a entrada de um novo ano. Por exemplo um ilustre político da nossa praça dizia: “ que o Rali Lisboa – Dakar devia continuar a sair de Lisboa devido as nossas ligações com Africa.”
Ora, será que os franceses não têm nada a ver com Africa? E os espanhóis também não? E o holandeses? Só nós ilustres portugueses, somos detentores de toda a cultura Africana. Será que o D. Sebastião continua as suas conquistas na Africa Subshariana?
É verdade que não temos a culpa dos disparates dos nossos governantes. Não temos ponto e virgula, temos aparado todos os golpes que nos tem dado de toda a forma e feitio. E continuamos a cair em todas as histórias e lérias que nos contam.
Começo a duvidar do nosso passado e da nossa história. E começo a perceber porque os Italianos chamam aos penetras “portuguesinhos”.

Apeteceu-me

"Se não há mudança, porque é novo?" Charles de la Folie

sábado, janeiro 07, 2006

... 1 ano

Foi a um ano que tudo começou





Este foi o meu primeiro Post:


Pancada l

...«Mãe porra já basta, já estou acordada, que merda, já não chega o raio da dor de cabeça que tenho e ainda vens para aqui pôr-te aos beijos a lambuzar-me toda».
Se havia coisa que mais odiava era ser acordada com beijos .
Guardem os beijos para, sei lá para quem haviam de servir os beijos, cada vez que me lembro de beijos lembro-me sempre de cerveja, de imperiais, quando a espuma esta a cair e uma pessoa sorve ruidosamente, e depois olham todos para nós com aquele ar de desaprovação, que só apetece logo a seguir arrotar a camionista, e despentea-los a todos.
Que chatice, já eram 8 e meia da manhã, que grande porcaria, até estava com medo de subir as persianas, e levar com aquela luz toda de uma vez só nos meus olhos, parecia o milagre de Fátima, cheio de cor e luz .
Mas o que precisava agora mesmo era de uma velinha em honra de Nossa senhora dos Gregos ou do gregório ou coisa parecida, que enjoo que enjoada que estava e gravida garanto-vos que não estou .
Do outro lado só ouvia a minha mãe a zurzir de um lado para o outro, «a Palmira isto a Palmira aquilo», a Dona Henriqueta ainda me gasta o nome, que engraçado e que estranho mas sempre me lembro de tratar a minha mãe por Dona Henriqueta, porque seria???
Pois sei lá, também nunca ninguém me explicou porque é que o Stevie Wonder não podia ver o Ray Charles , eles que até pareciam pessoas muito simpáticas, porque teriam assim um ódio tão grande.
A minha cabeça rodopiava a noite tinha sido de borga, o mais curioso é que não me lembrava porquê, estava, com uma estranha sensação, o Cérbero estava entorpecido, lembrava-me que era sábado, que tinha qualquer coisa para fazer e não sabia bem o quê, trabalhar não era de certeza , emprego também não tinha , fundo muito menos fundo de desemprego claro, porque não fazia a mínima ideia do que era trabalhar, lá no fundo até que sabia mas era um fundo tão longínquo, que não o queria imaginar, bom só se fosse nu.
Grande pedrada que eu ainda tenho em cima, nestes dias tudo o que me vinha a moleirinha era disparate, se não era disparate era dor, dor por dor prefiro mesmo o disparate, eu sei que a maior parte das pessoas dificilmente conseguem, compreender o porquê de uma rapariga dizer e fazer tanto disparate, não é pelo disparate é pela rapariga em si, não conseguem conceber isso no seu meio palmo de testa, uma rapariga a dizer disparates e a fazer disparates, muito menos a enterrar uma panela pelos «cornos» de um gajo abaixo ,bom a história do Vasco fica para outras núpcias, «pera» lá !!
Eu disse núpcias ??
Pois, ora núpcias, núpcias ,está-me a tentar dizer qualquer coisa mas(...)
não chego lá por enquanto.
Eu quando estou assim, antes de conseguir abrir os olhos, todos remelosos ,gosto de estar de barriga deitada para cima, pernas abertas braços a agarrar na almofada, para a puxar para cima para me tapar as orelhas, é a maneira de eu não sentir nem dores nem o quarto a andar a roda, parece uma carrossel, anda que se desunha.
Entre as coisas que me vinham a cabeça era:
onde é que passei a noite, porque a passei, que me fizeram e porque fizeram e com quem fiz, atenção falo de copos, não falo de quecas isso são outros 500 paus, outras historias de um outro rosário quer dizer podem ser deste, mas só são quando eu quiser, e agora não quero mesmo pensar nisso, quero pensar quando conseguir alcançar a cozinha, que neste momento é inatingível e esteja lá o meu estrato de guaraná, o meu querido amigo desintoxicador hepático, uma coisa amarela, com um sabor horrível, parece que estão concentrados em 20 ml, 20 kilos de açúcar, mas é tiro e queda .
É espantastico, fabulástico, incrivelmente arrebatador de ressacas e pedradas. Só peço a todos os santinhos que ainda tenha algumas bombinhas, daquelas, porque se não tenho estou perfeitamente lixada com PH, é coisa para me suicidar, tipo enforcar-me pela barriga, pois claro pelo pescoço depois faltava-me o ar, só espero que sim, aquelas pequenas garrafinha, foram uma dadiva de Deus(...)



Apeteceu-me
(aqui começa mais um capítulo de uma nova história que me sai da Alma e do corpo)


"Tudo passa depressa o problema é se temos tempo para o apanhar". Charles de la Folie

terça-feira, janeiro 03, 2006

Hoje estou muito feliz...

Passo a explicar... andava por ai a "gansinhar" (palavra utilizada pela minha mana)...e descobri um blog, mais que um blog uma das minhas musicas preferidas.
o blog é o da Lena d'água e a musica
















  • "armagedom"
  • .


    Mas lá pode-se encontrar uma carreira imensa e intensa de quem foi e ainda é (perdoa-me Lena) um "Sex Simbol" deste país.




    bem haja Estarás sempre presente no meu imaginário e nas minhas recordações, por certo vi-te umas dezenas largas de vezes.




    Apeteceu-me

    "Recordar ajuda a viver, a esperança ajuda a recordar." Charles de la Folie