segunda-feira, janeiro 23, 2006

Coisas

(…) Dividia-se muitas vezes a procura de qualquer coisa que desconhecia. O objectivo parecia demasiado complicado, mas ele era uma pessoa muito simples, por isso talvez não fosse tão complexo como isso.

(…) Lá ao fundo, uma imensa mancha escura, longe muito longe de poder julgar que aquela mancha fosse o que fosse. Talvez uma imagem reflectida de um estado de espírito que muitas vezes segue o dia descontrolado.


(…) Seria por certo um espaço fantástico, a magistralidade daquelas árvores batidas a vento, pareciam dançar uma melodia perdida no espaço e no tempo. Eram arvores enormes descomplexadas da sua existência e da sua vizinhança, que acompanhavam os seus bailados com uma enorme paixão.


(…) O sentido da palavra dignidade, esbatia-se no seu desconhecido, era uma palavra que para ele tinha uma enorme importância. Mas em seu redor pouco ou nada valia tinha um sentido híbrido, e com pouco valor apreciativo.





(…) Aquela mancha muitas vezes expandia-se consoante a sua vontade ou não de se violentar intelectualmente. Percorria um caminho de dúvidas latentes onde a razão percorria enormes espirais como fuga aos seus problemas.


(…) As suas raízes percorriam o subsolo em todas direcções, era a forma mais fácil de se ancorar e de manter firme nos seus propósitos. A verdade muitas vezes era que a sua insegurança lhe transmitia a calma suficiente para se manter resistente e consistente.


(…) Percorria a imensa ilusão que um dia mesmo, sem se identificar que seria a alma de si próprio. Temia a angústia de se espreitar por debaixo daquela ambição falsa e redescobrir o vazio que a sua esperança libertava.



(…) O negro punia-lhe o desgosto de não conseguir lidar com a sua tremenda cobardia. O homem cobarde que se alimenta da sua valentia e que só pode degenerar num poder negro e sombrio.



(…) Era a terra de ninguém que era ocupada, servia também para anichar varias camadas de terra, ora fina ora grossa. Os balanços da sua cúpula, raramente chegavam cá abaixo onde a semente foi firme na sua evolução.


(…) Naquele dia sentado, naquele canto recôndito, onde ouvia as palavras que me chegavam vindas do meu pensamento. De mãos entrelaçadas sobre o meu colo, olhar fixo no vazio do horizonte. Descobri que a forma mais fácil de existir eras estar perto de mim e nunca fugir do que a vida me foi ensinando
Nesse mesmo dia deixei correr os dedos sobre o comando da televisão e fiquei-me por ai.



Apeteceu-me


"A Ignorância é um rumo ao céu, sem se saber que se cai por um enorme Abismo"
Charles de la Folie

8 comentários:

Bino disse...

segue 1 mail.

Art&Tal disse...

hoje só ate aqui...

obg pea visita


cesar

Eric Blair disse...

Pois. No entanto a dúvida metafísica relaciona-se com a possibilidade de retirar, de forma satisfatória, o molho de tomate do branco cujo mais branco não há.
Essa é que é essa.

augustoM disse...

Introspecção feita a partir de enxertos de um ou mais textos.
Im abraço. Augusto

Maria Carvalho disse...

Eternas dúvidas...Beijos.

musalia disse...

ainda estou a reflectir sobre todos os excertos que aqui transcreveste...

beijos.

pisconight disse...

Gostei bastante da ideia dessa junção de vários excertos.
;)

Cadelinha Lésse disse...

O problema é que dias assim, como o de ontem, são TODOS!
Bom fim-de-semana

Xis