(…) Lá ao fundo, uma imensa mancha escura, longe muito longe de poder julgar que aquela mancha fosse o que fosse. Talvez uma imagem reflectida de um estado de espírito que muitas vezes segue o dia descontrolado.
(…) Seria por certo um espaço fantástico, a magistralidade daquelas árvores batidas a vento, pareciam dançar uma melodia perdida no espaço e no tempo. Eram arvores enormes descomplexadas da sua existência e da sua vizinhança, que acompanhavam os seus bailados com uma enorme paixão.
(…) O sentido da palavra dignidade, esbatia-se no seu desconhecido, era uma palavra que para ele tinha uma enorme importância. Mas em seu redor pouco ou nada valia tinha um sentido híbrido, e com pouco valor apreciativo.

(…) Aquela mancha muitas vezes expandia-se consoante a sua vontade ou não de se violentar intelectualmente. Percorria um caminho de dúvidas latentes onde a razão percorria enormes espirais como fuga aos seus problemas.
(…) As suas raízes percorriam o subsolo em todas direcções, era a forma mais fácil de se ancorar e de manter firme nos seus propósitos. A verdade muitas vezes era que a sua insegurança lhe transmitia a calma suficiente para se manter resistente e consistente.
(…) Percorria a imensa ilusão que um dia mesmo, sem se identificar que seria a alma de si próprio. Temia a angústia de se espreitar por debaixo daquela ambição falsa e redescobrir o vazio que a sua esperança libertava.
(…) O negro punia-lhe o desgosto de não conseguir lidar com a sua tremenda cobardia. O homem cobarde que se alimenta da sua valentia e que só pode degenerar num poder negro e sombrio.
(…) Era a terra de ninguém que era ocupada, servia também para anichar varias camadas de terra, ora fina ora grossa. Os balanços da sua cúpula, raramente chegavam cá abaixo onde a semente foi firme na sua evolução.
(…) Naquele dia sentado, naquele canto recôndito, onde ouvia as palavras que me chegavam vindas do meu pensamento. De mãos entrelaçadas sobre o meu colo, olhar fixo no vazio do horizonte. Descobri que a forma mais fácil de existir eras estar perto de mim e nunca fugir do que a vida me foi ensinando
Nesse mesmo dia deixei correr os dedos sobre o comando da televisão e fiquei-me por ai.
Apeteceu-me
"A Ignorância é um rumo ao céu, sem se saber que se cai por um enorme Abismo"
Charles de la Folie
8 comentários:
segue 1 mail.
hoje só ate aqui...
obg pea visita
cesar
Pois. No entanto a dúvida metafísica relaciona-se com a possibilidade de retirar, de forma satisfatória, o molho de tomate do branco cujo mais branco não há.
Essa é que é essa.
Introspecção feita a partir de enxertos de um ou mais textos.
Im abraço. Augusto
Eternas dúvidas...Beijos.
ainda estou a reflectir sobre todos os excertos que aqui transcreveste...
beijos.
Gostei bastante da ideia dessa junção de vários excertos.
;)
O problema é que dias assim, como o de ontem, são TODOS!
Bom fim-de-semana
Xis
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