quarta-feira, novembro 23, 2005

O Rei vai nu (alguém salve a Rainha)

Segui com particular (des) interesse, as várias festas de candidatura às próximas eleições Presidenciais. Não me tinha ainda pronunciado sobre o assunto porque… vá-se lá saber porquê! Não vou falar de nomes porque não quero influenciar ninguém. Porém houve uma candidatura que me despertou a atenção. Porque foi bem conseguida e concebida com imensa aquela expectativa. Gostei, muito da decoração, com muito decoro. Ora aqui está a palavra que eu procurava, decoro, uma palavra que sugere nobre e/ou nobreza. Mas estamos a falar de presidenciais! De eleições presidenciais, onde vamos escolher um presidente, não um… pois. E também não percebo esta quase mania pelo cargo. É verdade que Portugal é um país de cargos. De muitos cargos diga-se a bem da verdade.
Mas vejamos as coisas por um outro prisma: eu lembro-me quando era mais novinho, lembro-me que adorava brincar aos Reis, Rainhas, Príncipes e afins. Claro que os afins são os cavalos era sempre a personagem que me tocava. Isto de ser Rei tem muito que se lhe diga. Ou se é, ou não, não há meios-termos. Ou se nasce predestinado ou nem por isso. Não me lembro de ninguém querer brincar aos Presidentes, todos queriam brincar aos Reis, ser o D. Afonso Henriques, o D. Sebastião é que não, andava muito desaparecido apesar de dizerem que anda (va) por ai, por terras de Boliqueime ou coisa parecida. Quem é que queria - falo na minha época ser o Nixon ou coisa que o valha?

É verdade que há por aqui quem tente fazer da república uma monarquia e passar a pasta ao filho, mas não há pena que lhe valha. Do Palácio claro que fica para os lados da medieval Sintra. Depois há os cultos que vêm de leste com idealismos a cheirar a mofo mesmo com algumas cosméticas não resultam. Andar andam, mas pelas ruas da amargura. Os blocos como sempre deslocam-se a grande velocidade, se é verdade que as pirâmides foram construídas com grandes blocos, não é menos verdade que os blocos de gelo derretem-se e cá no nosso país à beira-mar plantado, é mais gelo!
A verdade é que a Monarquia tem “glamour”, basta olhar para as noites do Mónaco, ou para a Movida de nuestros hermanos, ou seguir os tesouros Suecos, ou os caminhos para norte da Noruega, dois países com o mais alto desenvolvimento humano, para não falar dos Vikings da Dinamarca, do Liechtenstein, ou do Luxemburgo onde a maior parte da População é Portuguesa e têm como ordenado mínimo 2 mil euros. Ou então usar umas tamanquinhas da Holanda e viver ao pé de um moinho. Já não me lembro porque é que estava a falar da monarquia. Também não interessa porque nos contos de fadas onde aparecem as princesas bonitas, elas acabam sempre com príncipes bonitos e isso deixa (va) -me sempre de fora.
O mais próximo mesmo que estivemos nos últimos anos de um Rei, foi mesmo de um bolo-rei e daquela mostra do bolo alimentar do dito cujo.


Apeteceu-me


"Onde está a nossa diferença para os animais, só se for na crueldade" Charles de la Folie"

15 comentários:

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

Andamos ao sabor da realeza dos interesses da coroa, de uma cambada de mentecaptos inaptos e outros olharapos que julgam este pais como um reino das maravilhas inuteis...

abraço

Rita disse...

numeros??!

obrigada pela visita!!

beijinhos

Bino disse...

Não sou monárquico, nem sequer é por causa de haver um Rei. O problema é existir depois uma série de Duques, Marqueses, Condes, Barões, Viscondes... Não acredito em nobreza, entendes ?
Acredito na Liberdade, Igualdade e Fraternidade (o que significa que também não acredito no nosso actual regime).
Mas enfim, tento não me ralar muito. Abraço
P.S. : Não digas a ninguém, porque é segredo, mas sei de fonte bem informada que já não vai haver eleições porque o D. Sebastião volta para o mês que vem.

Dulce Gabriel disse...

Olá,Carlos.Nunca mais me visitaste...ficaste assustado com os meus gostos musicais?

Maria Carvalho disse...

Boa! Gostei! Já tinha mesmo saudades de passar por aqui e ler-te. Beijinhos

heidy disse...

Aleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! estava a ver que me deixavas sem pessegos de reserva pah! Pois... só dei pelo teu regresso hoje. O que lamento... mas ainda bem que o fizeste. Fazia-me falta esses "apeteceu-mes!"


Olha lá binoc indiano... mas quem te disse tal coisa pah? se foi o houdini, eu ainda acredito...

Anónimo disse...

oh eu gostava de ser um aprinçusa.
ms nao é dessas k manda nas coisas.
so uma prinçusa. pa ter um prinçuso... e um vestido e um castelo com apenas uma divisao e uma cama e um cavalo branco...
daquelas prinçusas dos contos de fadas, k no fim sao felizes para sempre.
mas isto ja sou eu a divagar...
e a falar de prinçusas k nda tem a ver com esta monarquia da qual falas.

*

Micas disse...

Pois é, pois é, Portugal é um país de saudosistas, a maioria acredita que D. Sebastião voltará... ;))
Excelente artigo. Há mt que não conseguia entrar neste espaço, com mt pena minha já que é um dos meus espaços favoritos.

Isabel Filipe disse...

pois ... tens toda a razão;
basta imaginarmos uma história infantil a começar assim: era uma vez a filha de um Presidente da República... (as palavras não são minhas...)

qual a graça que teria?

bj

Micas disse...

Agora outra coisa e peço desculpa por utilizar este espaço mas há mt que queria fazer esta pergunta; Porque sei que estás ligado à RDP Internacional, gostava de saber qual o critério de selecção de programas da RTP Internacional,não sei qual o gosto da maioria dos emigrantes, pessoalmente acho que a única coisa que se aproveita são os Noticiários e um ou outro programa cultural. Tudo o mais é futebol e folklore...o conceito de emigrante hoje não é o mesmo que há 30 anos atrás, poderiam tentar fazer uma selecção mais variada, ou não???

Talk Talk disse...

O regresso de Sebastião é simbólico. Depende de nós todos esse regresso. O problema está em transformar a espera por Sebastião em a procura de Sebastião. Eu acredito nesse simbolismo e acredito no seu regresso.
Quanto ao que escreveste não podia concordar mais.
Um abraço.

Bino disse...

Sex Pistols ??? Never mind the Bollocks hehehe

Unknown disse...

Por acaso tinha andado a postar uma montagenzita relacionada com presidentes e reis e aquele tipo engravatado que nunca se engana, raramente tem duvidas e gosta de bolo rei no meu site patinho de borracha. Também temos um Rei Dinis poeta... E sinceramente rei é o único cargo político onde ainda não se viram umas belas bochechas cá sei... Só para não citar nomes...

augustoM disse...

Presidente-Rei é o que nos mais convém. Não é carne nem peixe, como o povo também. Uns querem um presidente outros um rei há que satisfazê-los a todos sem desdém.
Um abraço. Augusto

Poesia Portuguesa disse...

Como é possível, eu esquecer-me de passar por aqui?
É mesmo uma "marotice" minha... porque adoro ler-te :)

Um abraço carinhoso :)