terça-feira, fevereiro 27, 2007

(Não) Há Vaga por ai…

(…) Sentia-te a vaguear pelo meu corpo, ocupando os espaços das minhas formas.
Sentia o teu perfume marinho, o teu refrescar sincero entre os meus prazeres.
Tudo parecia fechar-se sobre o momento, o céu, as nuvens, os pensamentos que por ali se refugiavam. O teu bater quase sistemático arrastava vida. Empurrava-as para fora e para dentro, nos limites do aceitável.
Um dia gostava de te compreender, de lidar com as tuas incongruências, com as tuas contradições absurdas. Como tanta beleza comporta tão mau feitio, e como tanta ternura consegue ser tão cruel.




Descobri em ti algo que vai muito além da compreensão, a tua pureza, gosto quando abraças o meu corpo e me embalas, mas também sei quando me queres fora de ti.

Perdi-me, perdi-me quando pensei que seria possível resistir-te, aos teus encantamentos. Hoje penso que é “possível” essa impossibilidade, penso, porque irracionalmente quero-te tanto, como ninguém alguma vez te quis. Não sinto as traições, não as sinto nem as quero, talvez por isso nos respeitamos mutuamente, tu não me agrides e eu não te desafio, ou eu não te desafio e tu não me acometes.
Estou acordado, sei que estás perto, consigo-te ouvir e assim acariciando com as palavras que levo no meu pensamento.



-Quando me expulsas ferozmente pela falta de respeito a tua privacidade. Ontem ouvi-te murmurar a noite inteira, não te consegui entender, mas percebi que estava feroz e enraivecido, ouvi-te a bater contra tudo e todos, a galgar tudo que encontravas pela frente. Nunca me aborreço de te ouvir, nem mesmo quando estás assim irritado, era capaz de jurar que seria incapaz de me divorciar de ti se um dia estivéssemos unidos por uma aliança, mas não, não te costumas aliar a nada. – Nem mesmo a mim.




Claro que não sou singular, nem o pretendo ser, mas adoro quando me deixas galopar contigo na tua crista, por vezes tão perfeita que me esqueço que afinal o mundo não somos só nós, mas poderia ser, o meu pensamento, muitas vezes reduz o mundo a nós dois.


Apeteceu-me

"Dar e receber não é o mesmo, mas pode ser igualmente importante". Charles de la Folie

10 comentários:

LUIS MILHANO (Lumife) disse...

O REGRESSO

Os amigos insistiram no regresso do “BEJA”.

O desejo íntimo também era grande…

Porque não dar vida de novo a este projecto?

Além das notícias do Alentejo voltamos a ter outros

temas interessantes e sempre a lembrança dos

bons Poetas Alentejanos e não só.

Assim decidimos voltar e esperar o bom acolhimento

de sempre dos Amigos que aqui encontrei e dos

novos que porventura nos visitem.

Abraços amigos

Unknown disse...

Olá Carlos, a costa marítima está preocupante!...Achas que é só isso...O que está bem neste país, de falsas promessas de de engodos!...
Um beijo amigo

david santos disse...

Olá, Carlos!
Infelizmente, para nós, claro está, anda tudo de pantanas. Quando já chegou ao mar, o que não andará lá no alto!?
Parabéns.

augustoM disse...

Compreendo a tua empatia com o mar, que sempre me fascinou desde criança. A minha relação com ele é de amigos e não de temor, o fascínio que sempre exerceu em mim, levou-me a não o temer mas a respeitá-lo, como nós respeitamos os nossos amigos mais chegados. Se não sabias ficas a saber, tenho costela de marinheiro e só por obra do acaso não fiz a minha vida no mar. Coisas do destino.
Um abraço. Augusto

Anónimo disse...

ca pa mim, acabamos por ser todos a mesma e uma unica coisa. é bonito, sim.

InConfidências disse...

Olá!

A busca o acaso sempre nos levam em algum lugar.
Por isso estou aqui!

Ti deixo abraços.

Maria Clarinda disse...

Olá Carlos conheci-te através do Blog da menina marota em que falava do teu livro.
Fiquei fascinada com o que li, e pensei imediatamente em comprá-lo, assim já sei onde o fazer(a Menina Marota disse-me,lol).
Gostaria de te pedir autorização para de vez em quando tanto no meu blog ,como no site de fotografia a que pertenco ilustrar algumas das m/fotos com pedaços de textos teus, posso? Obrigada e cá estarei sempre que puder a ler os teus posts.

Bino disse...

Grande música.
Às vezes penso que estes Xutos foram um milagre que acompanhou a nossa juventude nos bons e maus momentos, sempre a dar-nos força.
Abraço (desculpa não aparecer mais vezes).

InConfidências disse...

Só vim te ler de novo...
Ouvir a música também!

Te Deixo abraços.

joanabeneditapaes disse...

Quero lá saber da Costa Marítima ... O texto é LINDO ! Já nem sei se o texto é lindo ou se o autor é lindo ... Fiquei baralhada . (Não cores)