sexta-feira, dezembro 02, 2005

Carta ao Borges

Olá! Acreditas que Sonhava ainda com o tempo dos poemas. Quando soltava o cabelo e sorria, quando o que me escreviam em toalhas de mesa, ainda fazia sentido.
Quando os poemas afinal eram escritos com os olhos, e um simples tocar fazia-me arrepiar!
Sabes? Talvez não te lembres, mas ouve tempos em que corria por ai, com uma ânsia de viver, que me embebedava com o ar, tal era a sofreguidão com que o respirava.
Hoje olha para tudo com nostalgia, a poeira parece cair-me pelos olhos sobre o futuro que ainda não vivi. Mas viver porquê? Viver das memórias que os outros querem que eu tenha!?
Viver um conto com alguém ao meu lado que já não existe?!
Sabes?! É isso que me pedem todos os dias para fazer, para continuar lado a lado contigo, de preferência de braço dado e com um sorriso nos lábios.
Tenho saudades dos tempos Paris, daqueles tempos em que a magia por aquelas vielas bem parecidas com aquelas onde vivemos. Mas essas, ainda me julgam ainda me perseguem, não consigo fugir a identidade que não é minha.
Sabes, eu sei que sabes está na hora, os nossos 5 minutos terminaram, vou ter de me fazer a tua vida, para indo sobrevivendo ao nosso (e)terno amor.

Saudades da sempre tua Maria.



Maria Kodama e Ana Maria Cabrera

Apeteceu-me


"Por vezes o tempo corrompe-nos as nossas memórias" Charles de la Folie

15 comentários:

Maria Carvalho disse...

O tempo é um instante inseguro numa memória sem retorno...beijinhos e bom fim de semana para ti.

heidy disse...

Não corrompe. Apenas atenua as fases piores e suaviza o que de melhor existiu. Ao fim de um tempo, tudo parece um sonho... que foi vivido.

:) Bom fim de semana

Su disse...

gostei de ler
recordações, emoções, saudades....
ando assim
jocas maradas

Unknown disse...

Não concordo com a heidy... Acho que por vezes o tempo corrompe mesmo as nossas memórias.

Bino disse...

É impressão minha ou é o meu amigo Carlos na foto, ao lado da viúva de Jorge Luís Borges e da escritora, jornalista, professora (etc) Ana Maria Cabrera ?
Um abraço.

Eric Blair disse...

Ah, de volta. Já começo a ficar farto de links mortos na minha tasca.

Palas disse...

Também gosto de recordar.

pisconight disse...

Eu adoro estar por vezes sozinho (ou não) a recordar os bons velhos tempos.Ai, ai...
Um abraço.
;)

Desconhecida disse...

E muitas vezes as memórias corroem o nosso tempo.

augustoM disse...

A recordação transformada em saudade leva à descoberta do sentimento.
Um abraço. Augusto

Elipse disse...

Que é isso de identidade?

Nymph disse...

Gostei mt...
Há lembranças que nos poem a sonhar! A vida nao é um simples adormecer e acordar de sonhos? Há que viver cada momento intensamente, para se tornar sempre inesquecível.
Um beijo*

Talk Talk disse...

Bonita carta de saudade, de amor.
Um abraço.

Luís Filipe C.T.Coutinho disse...

O tempo é tão efémero como aquele adeus que nunca se chegou a dizer...

abraço

Madeira Inside disse...

Olá Carlos!!
Que bonito!!
E como a poesia é línda!! E deve ser lida de todas as maneiras....!
Adorei mais uma vez!!

Um beijiho apessegado!! :P