quarta-feira, março 30, 2005

Cherchez le Garçon

Cherchez le garçon

(...) Tinha uns olhos penetrantes, negros, escuros muito escuros e ainda os sombreava para, os realçar mais, o seu cabelo escorreito e da cor da noite, deambulava pelo seu pescoço, era uma “Miúda” sensual, directa e... pouco mais se sabia dela só que era enigmática, um bocado indecifrável, mas como todas as mulheres... implacável, segura de si, doentiamente segura de si, mas havia nela algo que a perturbava, não se sabia a razão ao certo mas por vezes os seus olhos pestanejavam, havia algo dentro dela que não batia, não correspondia, a sua fé inabalável estava a ser traída por algo, alguma coisa mais complicada, mas que aos olhos do mais comum dos mortais, não tinha qualquer solução.
(...) Triste, mas com uma fé inabalável, seguro como o aço, percorria todos os caminhos possíveis da sua mente, na sua missão de vida ou da sua maneira de estar na vida. Quem o conhecia via nele alguém sempre com uma solução, um desenlace, tinha sempre algo de inesperado na sua manga, fazia magia á sua maneira.
Na sua busca de soluções eliminava as suas duvidas mesmo que fossem, dolorosas, mesmo que fossem um massacre, era como um comboio em andamento, já nada o fazia voltar atrás, a sua espera estava preste a terminar.
(...) Afinal Luxuria era o seu nome, orgulho o seu sofrimento, era um problema de grave solução era um choque de vontades, aquilo que a sua mente dizia, não tinha nada a ver com a sua vontade, mas a sua vontade também colidia com a sua mente e assim sucessivamente, até se formar uma espiral que obrigava a paragens progressivas, mas sem motivação aparente, mas a sua graciosidade não se esvanecia, parecia imperturbável, mas magoava e a solução não parecia perto.
(...) Ele, protegeu-a sempre, nunca lhe quis mostrar a realidade, não era mentira, mas a realidade podia ser muito mais dura, que alguma vez se podia imaginar por isso meteu mãos à obra, mas ninguém o entendeu, ninguém percebeu porque ele fez isso, mas era obvio, por pura protecção, pura vontade da busca de soluções, para que ninguém soubesse o que se passava, nada que fosse incompreensível, mas a vontade de complicar muitas vezes desfazia outras vontades outros saberes e desejos.
(...) Ao fim e ao cabo ela com aquele olhar, com aquelas certezas apesar do seu ar frágil, terno e meigo, continuava a procurar o seu rapaz, talvez fosse isso que procurava, aquela “Miúda” de ar frágil e personalidade forte.
(...) No meio daquele turbilhão de emoções , banalidades, frustrações, vários padrões de energias subsistiam por ali, eram duas auto estradas de velocidades estonteantes, que se cruzavam vezes sem conta e nunca se encontravam. Até que um dia um grave despiste fez o inevitável um encontro com o imprevisível, afugentou as mortes e aproximou os desejos, naquele dia os corpos encontraram-se em fusões múltiplas, mais uma vez o amor vencia as barreiras de coisa alguma, as fronteiras da insensatez e da ilusão, afinal aquelas duas personagens nunca existiram eram apenas... isso mesmo. Naquela altura o rapaz já era um homem.


Apeteceu-me

"A procura é como o desejo, chega sempre em forma de sonho" Charles de la folie

4 comentários:

SL disse...

Às vezes, andamos à procura inconscientemente...é mais forte que qualquer alinea da nossa conduta...e sim, essas buscas dão sempre textos bonitos e muito bons de se ler.
Jinhos

Ana, Dona do Café disse...

;) mt bem. i liked it :)

ps. O meu blog Mesa de café está a votos nablogosfera Se quiseres põe aqui o selo de apoio q está na sidebar;)

Anónimo disse...

Que bom quando se descobre que afinal não existiam quaisquer barreiras :) Finalmente consegui comentar no blogger, este servidor tem andado cheio de problemas! Beijo grande :)

Wakewinha disse...

Não tem muito a ver, mas queria estabelecer-te um desafio: porque não divulgar isto?!? :o( É importante!! Obrigada...