segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Auto Retrato II (A Besta)

Auto retrato II (triciclo retrato)




(...) Eu sou uma Besta!
Que grande novidade, quem me conhece sabe que é um termo carinhoso, um termo que gosto, mas só o permito a pessoas chegadas, muito chegadas a mim, o que quer dizer, que só eu posso faze-lo, não é que não tenha amigos, claro que tenho, ao contrario de muita gente, eu tenho muitos e bons amigos, até porque a amizade está em constante construção.
O que quero dizer é que eu gosto do termo, seria incapaz de o chamar a alguém mas gosto de o fazer a mim, o termo estúpido anda muito gasto.
A Besta, odeia fazer a barba todos os dias, gosto do ar agressivo que me dá, (mas não é por isso sinto-me livre) dá-me ar de musica francesa, rock francês, lembra-me o Anti-social dos Trust, não è preguiça de a fazer, é mesmo desleixo, um desleixo que dura a anos a fio e que fez escola para os meus lados.
Hoje penso, que nunca fui talhado para ser um líder, eu acho que nunca o fui, vivo em constantes mutações de humores vivo da minha própria imprevisibilidade, o que me dá uma característica única, que muitos odeiam e, outros adoram, mas ao olhar para trás,fico com duvidas porque devo ter sido um líder tive muitos seguidores, lembro-me de uma moda que pegou a custa do meu andar, eu ando em bicos dos pés(agora já não)ou andava, e havia gente que o fazia, a barba fez escola, e o meu cabelo que não é penteado a mais de 30 anos.
Sim, a mais de 30 anos, o meu Pai morreu quando eu tinha 9 anitos, ele adorava ver-me penteado e, por birra por ele ter ido, partido ou raio que fez, numa altura que fazia falta, nunca mais me penteei, passo com a mão pelo cabelo, mas lembro-me muitas vezes dele e lembro-me de outras coisas, lembro-me do amor impossível que ele viveu, eu nasci em 1964.
Bom naquela altura o que aconteceu, imagino, se imagino, 18 anos de diferença(...) eu fui nascer a França, mas isso também não foi grave eu sou Francês o meu sobrinho mais velho é canadiano, não é maninha?
Nada que me envergonhe, os meus são portugueses de gema de São João da Pedreira, made in Alfredo da Costa.
Mas dizia eu, que o meu andar fez escola, assim como a minha barba e o cabelo despenteado.
Mas a minha imprevisibilidade, quer de atitudes, quer de reacções, está sempre presente em mim apesar de andar muito, mas muito mais ponderado, mas sinto, voltei a ouvir Stranglers.
Diria mesmo que meu estado de espirito é musica, vive, o estado de espirito claro, alimenta-se de musica, absorve a musica, respira musica, se um dia passarem por uma pessoa na rua de braços abertos a rodopiar com a cabeça inclinada para trás, não tenham duvida sou eu, ou mesmo se virem alguém a voar, sou eu.
O perfume também me aguça visões, voltei ao meu antiguinho Cool Whater by Davidoff,. O seu cheiro, dá-me flash constantes de outros dias de outras épocas, puxa-me o passado, embala-me o futuro, janelas constantes de outras realidades abrem-se, contornam-se dificuldades.
Quem me conhece, sabe que ando sempre com um sorriso nos lábios, rio-me por tudo e por nada, aliás eu rio-me por nada, sei dar a outra face, odeio o orgulho, acho que o orgulho é muitas vezes confundido com a auto estima, o orgulho é um exagerado conceito que alguém faz de si próprio, a auto estima, é a nossa estima, o nosso apreço, a nossa afeição.
A vaidade, bom adoro ser vaidoso a minha maneira, mas não a aconselho a ninguém, adoro andar nu sinto um (G)orgulho imenso por andar nu, literalmente despido, não sou nudista, mas sinto-me bem, mesmo com muito frio, deixamos este aspecto meio depravado para trás e, passemos a minha vaidade, não me sei arranjar, por outra odeio arranjar-me, nunca olho para o que pode ou não fazer conjunto, não me preocupo com isso, nem quer saber, não tenho bainhas nas calças, ou dobro ou , ou claro, as camisas andam sempre por fora das calças, tenho milhares de sapatos, botas e ténis, mas uso sempre os mesmos, se pudesse andaria descalço, sempre descalço adoro andar mesmo com os pés ao léu.
Enfim sou o que sou e sinto-me feliz por isso.

Apeteceu-me
Só falta uma coisa odeio tirar os oculos escuros.

6 comentários:

Anónimo disse...

Tipo, vc eh muito inteligente e criativo... adorei o seu post e adoraria conhecer vc!

Anónimo disse...

gostei muito, deves ser uma pessoa espectacular, és livre?? e isso é muito bom. eu tambem adoro andar descalça.gostei de ler sobre o teu pai, o meu partiu faz hoje 26 anos, hoje tou com raiva do mundo,do assassino embriagado que o matou.

Unknown disse...

Sonia, obrigada pelo comentario, ou antes pelo desabafo, sai a rua e grita, faz força, roda, escreve ferozmente, enfim atira-te a vida, com força... porque essa pertence-te...
beijo grande sonia

Anónimo disse...

És mm tu Charles..és como és, e ainda bem...imprevisivel, mtas vezes sem sentido, calças sem bainhas, camisa por fora das calças rsrsrrs..fica bem
beijos

Elvira disse...

Obrigada por ter visitado a minha Tabacaria. Hei de vir mais vezes a esta tua república pessegueira e até te vou "linkar". Um abraço.

Unknown disse...

"A" nunca diga (A)deus ao que sentes, ao que gostas e aos teus ideais, permite-te dar a ti proprio bombons de ti a ti proprio, cute-te vive-te apaixona-te por ti, dá o salto que falta para a tua genealidade se libertar.