quinta-feira, fevereiro 03, 2005

Cheiros e outras cores.

Senti os seus lábios bem perto do meu rosto, eram quentes, aconchegadores, se é que esta palavra existe, mas existe aquele cheiro, aquele, eu sei que existe, um misto de cheiro a terra molhada com lã acabada de lavar, tinha um leve aroma a sândalo, era um cheiro agreste, um cheiro de prazeres, uma mão cheia de sabores, uma panóplia de pensamentos.
Não sei se acontece com mais gente, mas os cheiros a mim confundem-se com cores, imagino o amarelo, e sinto-lhe o cheiro, um puro aroma a limão, cheira-me a cabelos molhados, desfraldados, cheira-me a trópicos se bem que o verde lima, também cheire, a Brasil, a Picanha com feijão, a corpos bronzeados, a caipirinhas sem fim, cheira a praia, cheira a praia e a bronzeador.
O verde, ai o Verde cheira-me a erva, relva, a campo a corridas vertiginosas, cheira-me ao prazer de rebolar pelo chão, cheira-me a alface, couves e uma sopa de caldo verde, mas não me cheira a chouriço, mas o Verde cheira-me a esperança, cheira-me a titulo, cheira-me.
O vermelho mata-me, o cheiro a sangue que se espalha, aquele odor a hospital, a uma fé carnal, cheira-me a dias de espera, cheira-me a hálitos incontrolaveis e incontornaveis, nos prazeres e na arte de sedução.
O Branco cheira-me a pureza e a beleza, tem fragrâncias que não se atingem, o seu cheiro está num patamar onde a abundância de sentimentos são inalteráveis lineares sem a chama nem a cor da imprevisibilidade, o seu cheiro acalma, acalma as mente prodigiosas que teimam em fugir daqui, deste mundo de cheiros.
O azul, cheira a tenacidade, cheira a perseverança, a apego, cheira a outras luas outros céus cheira as partes mais intimas do sentimento, são dias de consentimento esses cheiros, depois tornam-se cinzentos com o passar do cheiro e do tempo, fica um cheiro rotineiro, um leve cheiro como uma brisa branca.
Temos o castanho, que cheira a floresta, onde as suas essências aromáticas se traduzem num cheiro a morte agradável, falamos de folhas, de uma vida que se recicla, um cheiro a uma morte que mais não é que o renovar de vida, o castanho cheira a outono, cheira a abandono é uma passagem para outras cores noutros sítios, cheira a procura incessante do Arco Íris, do seu perfume que se reduz, aqueles lábios bem perto do meu rosto, que a minha mãe teimava em beijar, vezes sem conta.

Apeteceu-me
Kal, vá homem não desanimes dá cor e cheiro a esta BD, que é tua

6 comentários:

Unknown disse...

não estou a dizer para o fazeres, estou só a oferecer-te qualquer coisa meu que fiz para poderes utilizar como queiras...numa Bd numa caricatura, para meteres cheiros no papel.

Unknown disse...

Kal não intrepetei nada mal...sei que tens mrts qualidades vamos então ver essas qualidades a funcionar.é isso que é importante hihihihiih estás feito

Micas disse...

Também associo os cheiros a cores!! e a lugares!! gosto deste teu sitio. Gosto dos teus textos. Beijos

Unknown disse...

As vezes gostava de conseguir responder, ter uma resposta, mas não consigo, gostava de dizer milhares de coisas, mas só me sai um grande e eterno Obrigado a todos os que me ajudam a ter alguma capacidade de escrever...eu tenho medo muito medo de o fazer é verdade.

Unknown disse...

Quem consegue escrever coments assim...(que raio de nome) não pode estar branco está translucido de vontade de esgatafunhar coisas boas...basta para isso...escreveres sem fim

SIETECUEVAS disse...

gracias por visitar mi blog :), que lástima que no hablo portugués...